Tipos de iluminação: guia completo

Estamos citando a reportagem da Leroy Merlin com a arquiteta especialista em iluminação Nic Gomes e reuniu dicas incríveis para o projeto de iluminação da sua casa

Luz é vida. Um ambiente adequadamente iluminado tem relação direta com conforto, estabilidade, saúde e aconchego. Para isso, é preciso conhecer um pouquinho sobre os efeitos que cada tipo de iluminação pode promover a determinado espaço da casa.

Mas se você não sabe por onde começar a ajustar a iluminação da sua casa para ter aquele ambiente instagramável, relaxe. A gente conversou com uma superprofissional, que entende muito do assunto: Nicole Gomes, arquiteta especialista em iluminação.

Para você ter uma ideia, seu perfil no Instagram (@nicgomesarq) tem 27 mil seguidores. E seu canal no YouTube já passou dos 2 milhões de inscritos, com a proposta de “levar luz para o mundo”.

Foi com Nic Gomes que a gente reuniu todas as dicas incríveis sobre iluminação que você verá a seguir. Vamos juntos!

Projeto Ana Toscano Arquitetura (Foto Julia Ribeiro)

Tipos de iluminação: o guia para cada ambiente

Confira a seguir o tipo de iluminação ideal para cada ambiente.

Tipos de iluminação para sala

Eleger qual o tipo ideal de iluminação para sala irá depender muito de quem vai morar no espaço, do estilo de vida da pessoa ou da família e das atividades que serão exercidas ali.

Além da luz geral, podemos criar pontos de foco. Assim como na maquiagem, o importante é destacar os pontos fortes de decoração do ambiente, como quadros, esculturas e revestimentos, por exemplo. Afinal, esses pontos serão os primeiros a serem vistos quando a pessoa entrar no ambiente.

É interessante também optar por abajures e luminárias de chão, e se forem com cúpula de tecido, são ainda mais confortáveis pois proporcionam luz difusa ao ambiente.

Uma dica importante: não coloque a luz de foco em lugares de permanência, como sofás e poltronas, pois isso irá causar um certo desconforto. Esse tipo de iluminação é ideal para destaque de objetos.

Melhor iluminação para cozinha

A cozinha deixou de ser uma área de serviço para se tornar uma área social. Minha dica de iluminação para cozinha é para que você trabalhe com luminárias técnicas mais neutras, usando perfis de LED que se camuflam no ambiente e dão destaque para o que realmente importa: a luz. Vale ressaltar as marcenarias! Esse tipo de iluminação funciona tanto como luz decorativa como funcional, dando uma iluminação de apoio para a bancada de trabalho.

Projeto Natalia Salla (Foto Kadu Lopes)

Tipos de iluminação para quarto

Na iluminação para quarto, a arquiteta indica uma luz difusa e indireta, capaz de trazer mais aconchego a quem está usufruindo do espaço. Um ponto de luz de destaque, arandelas ou luminárias de piso, ajuda aqueles que gostam de fazer uma leitura antes do sono.

Projeto Paula Foresti (Foto Felipe Abe)

Melhor iluminação para banheiro

Para iluminação de banheiro, o ideal seria uma luz difusa, que tira todas as sombras do rosto. Isso a gente consegue fazer com o espelho iluminado, instalando fitas de LED por trás do espelho, trazendo uma luz indireta ao ambiente. É interessante colocar pontos de luz de destaque no box, destacando o revestimento.

Projeto Patricia Pasquini (Foto Rafael Renzo)

Tipo de iluminação para jardim e piscina

Na iluminação para jardim existe um estereótipo que envolve luzes coloridas, ainda mais quando se fala de área externa em todos os âmbitos, e isso precisa ser desmistificado. A primeira coisa que eu quero que você entenda é que luz colorida distorce a cor natural das superfícies e objetos.

Minha sugestão é que você use luz quente. Dessa forma, ela vai realçar as cores e deixar tudo mais aconchegante e elegante também. Utilizar a mesma tonalidade de lâmpada e estilos de spots ajuda a unificar o conceito do ambiente externo e interno da casa.

Isso vale para piscinas também. A luz azul ou colorida distorce a cor real do revestimento utilizado e do entorno dela. Fazendo essa troca, você verá uma grande diferença.

Falando em piscina, é importante que fique atento ao IP e a tensão da luminária, que nesse caso indico as baixas, de 12V, por exemplo. É necessário especificar luminárias próprias para elas.

Projeto Cate Poli (Foto Divulgação)

Iluminação direta, indireta e difusa: quando usar cada tipo

Luz direta

É feita em pontos específicos, com fontes de luz visíveis. Prática e funcional, essa iluminação é utilizada quando queremos destacar algo ou quando precisamos de luz funcional e mais incidência de luz em um determinado ponto. Não deve ser posicionada em locais de permanência, como sofás e poltronas, pois fica desconfortável para o usuário.

Luz indireta

Precisa de algum plano para reflexão, como teto ou parede. A luz bate nos planos e volta por reflexão para o ambiente. Ajuda na iluminação de forma mais suave e confortável, pois não atinge diretamente os olhos da pessoa.

Luz difusa

Ela se espalha por todo o espaço e necessita de algum difusor para cumprir o papel de distribuí-la ao ambiente de forma homogênea e confortável. Normalmente é utilizada para luz geral, ou seja, iluminar o ambiente como um todo. Sua aplicação é bem versátil e é interessante combinar com outro tipo de efeito, pois nem sempre se deseja somente luz difusa em um ambiente. Por isso, criamos cenas e distribuímos circuitos para trazer possibilidades de acendimento e diferentes sensações.

Quais são os tipos de iluminação natural e como usá-los

A luz artificial reproduz a luz natural. E a combinação dos dois é essencial para a nossa saúde e bem-estar. Existe um braço da arquitetura, chamado Human centric lighting ou, como chamamos em português, iluminação centrada no ser humano. Esse conceito discute exatamente isso: a entrega da luz certa, intensidade correta e na temperatura ideal nos três momentos do nosso dia.

Na prática, funciona da seguinte forma: em uma casa, podemos explorar a atmosfera aconchegante e intimista. Para isso, usamos luz indireta e difusa, com um fluxo luminoso baixo e tonalidade mais amarelada, reproduzindo aquela golden hour (hora dourada, em tradução livre) que tanto amamos. Se você fizer ao contrário do que eu citei, tornará o ambiente mais frio e impessoal.

Projeto Mestisso (Foto Ricardo Bassetti)

Quais são os tipos de iluminação artificial

Fogo, lâmpadas e LED são exemplos de fontes de luz artificial.

Qual a diferença da luz quente e fria

A escala de temperatura da lâmpada é medida em Kelvin, fazendo referência ao fogo (quente) e ao gelo (frio). Vale ressaltar que os termos referem-se à tonalidade e não à temperatura das fontes luminosas, ou seja, a luz fria não iluminada mais do que a quente. Isso é um mito!

A temperatura de cor está associada com a percepção do espaço e sensações. Por exemplo, uma luz muito branca agita e deixa a pessoa mais produtiva. Já a luz amarela relaxa. Partindo desse pressuposto, temos que pensar que se você ilumina um escritório com uma luz muito branca (6.500k), no final do dia a pessoa estará exausta, pois ninguém aguenta ficar muito tempo em um local de muita agitação. Se você usar uma luz muito amarela (2700k), a pessoa ficará muito relaxada e não será tão produtiva. O ideal, nesse aspecto, é que tenha uma tonalidade neutra. Eu costumo usar o seguinte esquema:

• Luz amarela – ideal para residências e restaurantes, pois traz aconchego e conforto;

• Luz neutra – ideal para escritórios e áreas de trabalho;

• Luz branca – ideal para fábricas e linhas de produção, onde é necessário muita atenção e alta produtividade.

Potência de lâmpadas: qual a diferença entre lumens e watts

A potência em Watts indica o consumo de energia elétrica gerado por uma lâmpada. A quantidade de luz emitida por uma lâmpada é medida em lumens.

Eficiência luminosa é a relação entre o fluxo luminoso e a potência da lâmpada. Ela indica a eficiência com que a energia elétrica consumida é convertida em luz. Lembre-se: quanto mais eficiência tem uma lâmpada, melhor ela é. Afinal, o que queremos é maior iluminação com o menor consumo.

Esse foi um dos motivos pelo qual a lâmpada incandescente foi banida. Apenas 5% do que elas consumiam eram convertidas em luz. Os outros 95% era convertido em calor. Temos uma relação muito diferente com as lâmpadas de LED. Elas têm uma eficiência luminosa que consideramos em torno de: 1W = 100 lumens

Projeto Tria Arquitetura (Foto Rafael Renzo)

Como calcular a quantidade de lâmpadas para cada ambiente

O cálculo é bem complexo, mas de forma prática, é interessante você pensar nas necessidades e no espaço como um todo.

Por exemplo, se você ama ler e tem um canto de leitura, precisa de uma iluminação eficiente para lá. Correto? Use então uma luminária de chão.

Se você tem uma parede de quadros ou revestimento que queria destacar, use spots de luz com o ângulo voltado para a parede.

Dividir circuitos também ajuda bastante, pois dessa forma você pode criar cenas. Por exemplo: para simular uma cena de filme, ligue apenas o cortineiro iluminado. Para um jantar romântico, apenas o pendente na mesa.

Projeto Patricia Pasquini (Foto Rafael Renzo)

Como fazer iluminação com LEDs

LED é a sigla para Light Emitting Diode, que significa diodo emissor de luz. O LED consegue liberar a energia na forma de luz. A tecnologia LED oferece uma série de benefícios em termos de qualidade, durabilidade, economia de energia e redução do impacto ambiental.

O LED veio para substituir as lâmpadas tradicionais. Os fabricantes, pensando em uma transição menos traumática, criaram lâmpadas de LED no mesmo formato e soquete das lâmpadas halógenas e incandescentes, ajudando o consumidor na hora da atualização do sistema, não havendo necessidade de trocar todas as luminárias, fazer obra ou algum ajuste.

Além das lâmpadas, temos as fitas, barras e chips de LED. Em média, as lâmpadas de LED consomem 10% de energia em relação às lâmpadas comuns. E com isso conseguimos diminuir bruscamente as cargas consumidas dos projetos.

Além disso tudo elas apresentam os seguintes benefícios:

• Lâmpadas, em média, 15x mais duráveis;

• Sistema sustentável e com menos descarte;

• Manutenção baixa, sendo assim, redução no custo de eletricista e manutenção;

• Mais eficiência e, com isso, a quantidade de lâmpadas necessárias para iluminar o mesmo espaço é menor em relação às antigas.

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